Tomás
nasceu em Orvieto, na Ombria (Itália) por volta de 1290. Impelido
pelo desejo de seguir Cristo e pelo seu amor à Mãe de Deus, entrou
na Ordem dos Servitas de Maria. Para ser o último dos serventes (Mc.
9, 35),
pediu
e obteve fazer parte dos irmãos não sacerdotes. Nele brilhavam
particularmente as virtudes da humildade e da caridade fraterna, o
espírito de serviço e de misericórdia, consideradas como
características aos Servitas. Por isso mesmo, durante muitos anos
foi mendigar de porta em porta.
Nesta
missão nada fácil, Tomás mostrava-se extremamente dócil, paciente e
caridoso. Cheio de santa compaixão, ele dava aos pobres não somente
o que sobejava da mesa dos irmãos, mas até mesmo a sua própria parte
e, quando isto não chegava, recorria ao milagre, como o afirmaram
numerosas testemunhas.
As
imagens representando o irmão Tomás, algumas das quais muito antigas
e belas, mostram-no com um saco às costas e numa das mãos um ramo de
figueira ou oferecendo figos em pleno inverno a uma mulher grávida
que deles tinha desejo.
A fé de
Tomás era inquebrantável e a sua intercessão junto de Deus de grande
eficácia: raramente um pobre saia da sua beira com as mãos vazias. E
mesmo quando isso acontecia, partia com o coração cheio de alento e
de fé no Deus Criador de todos as coisas, que ama todos os homens
por Ele criados, de maneira exclusiva, não excluindo do seu Reino
que aqueles que livremente o recusam.
O
humilde escravo de Maria adormeceu no Senhor em Orvieto, em 1343.
O seu
corpo foi sepultado festivamente na igreja dos Servitas de Maria.
Pouco depois, na sequência de diversos milagres, a sua campa começou
a ser visitada, primeiro pelos habitantes de Orvieto e das cidades e
aldeias vizinhas e depois, por milhares de peregrinos vindos de toda
a Itália, o que levou os Servitas a instituírem um dia no ano para
festejarem a irmão Tomás.
O culto
prestado ao Beato Tomás depois de centenas de anos, foi aprovado e
confirmado pelo Papa Clemente XIII em 1768.
Afonso
Rocha |