Tudo na
vida tem um início e portanto sua explicação ou história. Como
aconteceu com o "Dia de São
Valentim", que tem de tudo: fé, política
e romance. Além do interessante fato de serem dois os santos
mártires festejados neste dia, com o mesmo nome e ambos declarados
pela Igreja, protectores dos namorados. Cada um por sua justa razão,
como se pode verificar no texto da página de São Valentim, o
sacerdote mártir.
Conforme os registros da diocese de Terni, Valentim foi consagrado
em 197, sendo seu primeiro bispo e considerado fundador da cidade.
Consta que ao lado de sua casa e da igreja havia um imenso prado e
um belo jardim. Quanto não estava trabalhando na igreja ou tratando
de algum doente, podia ser visto cuidando das rosas que cultivava. À
tarde ele abria os portões para as crianças brincarem e correrem
livremente. Ao entardecer ele abençoava cada uma entregando uma
flor, para ser entregue às suas mães. A sua intenção era fazer as
crianças irem directo para casa e alimentar o amor e respeito pelos
pais.
Valentim, tinha o dom do conselho, sua fama de reconciliador dos
casais de namorados era muito difundida. Tudo começou assim: certo
dia, ouvindo dois jovens namorados brigando, que pararam ao lado da
cerca do seu jardim, foi ao encontro deles levando na mão uma linda
rosa. O capuz caído, a figura serena e sorridente do bom velho e
aquela rosa que ele parecia lhes oferecer, tiveram o mágico poder da
acalmar os dois namorados em briga. Depois, quando ele, entregando
realmente a rosa vermelha, pediu que os dois juntos apertassem o
cabo com cuidado para não se espetarem e explicou o “cor unum”, que
em latim significa "união de corpos" de duas pessoas casadas, o amor
retornou como antes.
Algum
tempo depois, os dois procuraram Valentim para marcar o casamento,
que celebrou e abençoou a união do casal. Na cerimónia compareceram
quase todos da cidade, querendo participar do final feliz do casal
reconciliado. A história se espalhou e sua fama se criou.
Além do
dom do conselho, Valentim possuía o da cura, que aumentava conforme
sua idade. Muitas vezes viajava, a pedido de outras dioceses, para
atender os enfermos. Em 272, foi chamado para cuidar de um doente em
Roma. Durante sua estadia na cidade, Valentim converteu o famoso
filósofo grego Crato e três de seus jovens discípulos atenienses.
Este zelo o expôs aos delatores pagãos. Nesta época o imperador era
Aureliano, ardiloso e cruel. Os discípulos de Crato foram ao
julgamento em defesa do bispo, mas nada puderam fazer. Valentim foi
condenado à morte e decapitado em 14 de fevereiro de 273. Os três
jovens recém convertidos resgataram seu corpo e o transportaram para
Terni onde foi sepultado.
A sua
festa no dia 14 de fevereiro e a sua fama ganharam força em toda a
Itália. Na Idade Média, foi ganhando reforços e hoje é festeja em
todo o planeta por todos os casais devotos.
A
Igreja o incluiu no Calendário Litúrgico como São Valentim de Terni,
o bispo mártir, protector dos jovens e dos namorados. As suas
relíquias estão na Igreja das Carmelitas, na cidade de Terni, em
Roma. Ao lado de sua urna de prata, coberta por uma redoma de
cristal, existe a seguinte inscrição: “São Valentim, patrono do
amor”. Há também um belo vitral com a imagem do santo bispo
abençoando um casal ajoelhado que segura uma rosa. |