No
final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência
do Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev.
Neto
de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev,
com sua empregada Malusha. Malusha, era uma
profetisa
que viveu até aos 100 anos de idade e fora trazida de sua caverna ao
palácio para prever o futuro.
O
irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro
mais fiel. Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de
sua avó, Olga Prekrasa, que era cristã e governava a capital durante
as freqüentes campanhas militares de Esviatoslav, seu filho.
Com
a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a
governar as terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava
em Kiev e o venceu. Subiu ao trono de Kiev em 980. No início,
idólatra e animado por um zeloso ardor pelos deuses vikings, chegou
a dedicar um templo ao deus do trovão e do relâmpago, Perun, onde
sacrifícios humanos eram realizados.
O
príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha
vitoriosa contra os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos
deuses, por meio de um sacrifício. As vítimas escolhidas foram um
mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho João, cristãos,
parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a
firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir.
A
maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe
Vladimir, tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver
consultado seus conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos
países, para obter informações de como os povos viviam a religião.
Quando os emissários, enviados à capital bizantina assistiram às
diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de Santa Sofia,
ficaram impressionados: "Nós não conseguíamos entender se estávamos
no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo
como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir
tal magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os
homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países.
Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que,
doravante, será impossível, para nós, viver na Rússia de forma
diferente!"
Convencido de que a glória manifestada através das celebrações e das
liturgias era o resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu
tornar-se cristão. Aceitou a Fé Cristã e mudou completamente sua
atitude. A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro,
ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para
verificarem qual era a religião verdadeira. Em seguida, chamou
religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e
cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento,
suas pregações. O que mais o impressionou foi o grego que pregou o
evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda
a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no
templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se a religião de
Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia,
não a teria aceitado".
Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo
em seguida, recebeu o sacramento do matrimonio com a princesa Ana,
filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez
mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios
catequizando o povo e ministrando o batismo. O Cristianismo
consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta
do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana.
Modificando completamente seu caráter, e adotando a doçura e
singeleza das atitudes evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de
morte e passou a levar uma vida agradável a Deus, que fez com que
seu povo passasse a defini-lo como o "Sol resplandecente". Ele
substituiu os templos pagãos por Igrejas e mandou erigir um
esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus, exatamente
no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João.
Vladimir morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi
desmembrado em várias partes que foram distribuídas entre numerosas
fundações sagradas onde são veneradas como relíquias. Uma das
maiores catedrais de Kievan é dedicada a ele.
As
igrejas romanas católicas e ortodoxas orientais comemoram no dia 15
de julho a festa de São Vladimir.
FONTE
: http://www.paulinas.org.br/ |