No
final do século I surgiu o novo contorno político dos países da
Europa. Entre os construtores desse novo mapa europeu está o bispo
são Wolfgang, também venerado como padroeiro dos lenhadores.
Nascido
no ano 924, na antiga Suábia, região do sudoeste da Alemanha, aos
sete anos foi entregue à tutela de um sacerdote. Cresceu educado no
Convento beneditino de Constança. Considerado um exemplo, nos
estudos e no seguimento de Cristo, era muito devoto da eucaristia e
tinha vocação para a vida religiosa.
Saiu do
colégio em 956, sem receber ordenação, para ser conselheiro do bispo
de Trèves. Cargo que associou ao de professor da escola da diocese,
onde arrebatava os alunos com sua sabedoria e empolgante maneira de
ensinar.
Com a
morte do bispo em 965, decidiu retirar-se no Mosteiro beneditino da
Suíça. Três anos depois, terminado o noviciado, ordenou-se sacerdote
e foi evangelizar a Hungria. Na época, esses povos bárbaros tentavam
firmar-se como nação, mas continuavam a invadir e saquear os reinos
alemães, promovendo grandes matanças de cristãos.
Wolfgang foi bem aceito e iniciou com sucesso a cristianização dos
húngaros, organizando esses povos a se firmarem na terra como
agricultores. Assim, começou a mostrar seu valor de pregador,
pacificador e diplomata político também. Pouco tempo depois, em 972,
era nomeado bispo de Ratisbona.
Ratisbona, cidade da Baviera, cujos vales dos rios Reno e Naab ligam
as terras da Boémia, que dependiam daquela diocese, ou seja, do
bispo Wolfgang. Lá, ele, novamente, foi mestre e discípulo,
professor e aprendiz. Mas foi, principalmente, o grande
evangelizador e coordenador político. Caminhava de paróquia em
paróquia dando exemplos de religiosidade e caridade, pregando e
ensinando a irmãos, padres e leigos.
Sua fé
e dedicação ao trabalho trouxeram-lhe fama, e até o próprio duque da
Baviera confiou-lhe os filhos para educar. Foi a atitude acertada,
porque Henrique, o filho mais velho do duque, tornou-se imperador da
Baviera. Bruno, o segundo filho, foi bispo exemplar, como seu
mestre. A filha, Gisela, foi um modelo de rainha católica na
história da Hungria. E finalmente, a outra filha, Brígida, tornou-se
abadessa de um mosteiro fundado pelo bispo Wolfgang.
Mas
esse não foi o único mosteiro que criou, foram vários, além dos
restaurados, das igrejas, hospitais, casas de repouso para velhos e
creches para crianças, também fundados e administrados sob sua
orientação. Sua visão evangelizadora era tão ampla que passava pelo
curso político da história. Assim, surpreendeu os poderosos da época
e até os superiores do clero quando decidiu separar da diocese de
Ratisbona as terras da Baviera, para criar uma nova, com sua sede
episcopal em Praga. Apesar das reclamações, agiu correctamente e
fundou a diocese de Praga, que em 976 teve seu primeiro bispo,
Tietemaro, depois sucedido pelo grande santo Alberto, doutor da
Igreja.
Desse
modo, robusteceu a missão evangelizadora e o cristianismo firmou
raízes nas terras germânicas. Em 974, devido à luta entre Henrique
II da Baviera e o imperador Oto II da Alemanha, refugiou-se num
mosteiro em Salzburg. E não perdeu tempo, erguendo, ali perto, uma
igreja dedicada a são João Baptista, que depois foi aumentada,
reformada e, em sua memória, recebendo o seu nome.
Wolfgang fazia uma viagem evangelizadora pela Áustria quando
adoeceu. Morreu alguns dias depois, em Pupping, no dia 31 de outubro
de 994. Foi canonizado em 1052, pelo papa Leão IX. A festa de são
Wolfgang, celebrada no dia de sua morte, é uma das mais tradicionais
da Igreja, especialmente entre os povos cristãos de língua
germânica.
Fonte:
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