Beatriz
de Vicência pertencia a uma família abastada de Ferrara, onde nasceu
por volta de 1230, era filha do marquês Azzo IX e de Joana de
Púglia.
Educada
por sua tia Beatriz, uma monja de Gémola, perto de Pádua, ela
recebeu uma excelente educação, para a qual contribuiu igualmente
uma outra religiosa, Leonor de Saboia.
Beatriz, mais por obrigações familiares do que por verdadeira
vocação, casou, em 1249 com um certo Galéas, filho de Manfredo,
alcaide da cidade de Vicência — daí o nome pelo qual é também
conhecida.
Quando
devia encontrar-se com este, recebeu, em Milão, a triste notícia da
sua morte durante uma batalha contra Frederico II.
Voltando para Ferrara e contra a vontade de seus pais, retirou-se
difinitivamente optando pela vida religiosa no convento de São
Lázaro, situado a oeste da cidade. Ali, acompanhada por algumas
donzelas da corte, receberam o hábito de São Bento.
Tendo
crescido o número de religiosas, Beatriz obteve do Papa Inocêncio IV
a sua transferência par o mosteiro de Santo Estêvão da Rota (1257),
junto do qual acabou por ser construida, em 1267, uma igreja
dedicada a Santo António, Abade.
Beatriz
fez os seus votos perante o bispo João, abraçando para sempre a
regra de São Bento em 25 de Março de 1270.
Ali
viveu santamente até ao dia 18 de Janeiro de 1262, data em que
entregou ao Esposo celeste a sua alma santa. Foi enterrada numa ala
do grande claustro transformado depois em capela e o seu sepulcro
rapidamente se tornou lugar de peregrinação.
O Pape
Clemente XIV aprovou o seu culto em 23 de Julho de 1774 e o Papa Pio
VI concedeu a Missa e o Ofício em 1775, fixando a celebração da sua
festa a 19 de Janeiro, porque nesse tempo o dia 18 de Janeiro era
reservado à festa — agora suprimida — da Cátedra de São Pedro em
Roma.
Do seu
sepulcro em mármore, a ceras épocas do ano, escorre milagrosamente
um líquido e os seus ossos exalam um perfume delicado.
Numerosas são as graças que ali são obtidas pelos peregrinos.
Arranjo: Afonso Rocha (várias fontes italianas). |