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José Vaz
Oratoriano, Fundador, Santo
1651-1711

José Vaz nasceu em Benaulim, Salcette, Goa, então capital das colónias Portuguesas, na casa ancestral de sua mãe, Maria de Miranda. Nasceu em uma casa onde a virtude e os valores morais cristãos eram enfatizados, com horários fixos e reservados para as orações da família e a leitura espiritual.

Conta-se que esse nascimento foi misteriosamente anunciado a seu piedoso pai, Cristóvão Vaz, pelo aparecimento de uma estrela que brilhou no céu de sua terra natal, Sancoale, ao meio-dia. Isso o levou a escrever o seguinte registro em seu diário de família: "Em 21 de Abril de 1651, nasceu um filho para mim. Ele foi baptizado no 8º dia, com o nome de José. No decorrer do tempo ele vai alcançar a grandeza."

Desde o início, a mão do Senhor moldou o menino que cresceu gentil, amável. Quando pequeno, José Vaz era muito dado à piedade, dotado de um amor singular aos pobres e um desejo de passar invisível e desapercebido em sua piedade e esmolas. Herdou os costumes e seriedade de seu pai. Nos hábitos alimentares, também era austero e muito mortificado, abstendo-se de alimentos delicados e saborosos.

Possuía um discernimento superior para a sua idade. O amor pelos estudos e a inclinação para a virtude revelou que a graça o dominava e não a natureza, de tal forma que os outros pais o apontavam como uma “criança santa” e exortavam seus filhos a imitá-lo.

Ainda menino, buscava ficar longe das conversas dos homens para estar a sós com Deus, em quem acreditava ardentemente e a quem procurava em oração e com animada fé. Sempre insistiu que, pelo menos uma vez ao dia, cada um devia fazer os atos de fé, esperança e caridade. Ele mesmo os fazia várias vezes ao dia.

Era uma criança singular, com profunda piedade. Muitas vezes, seus pais o encontravam rezando tarde da noite. Uma tradição local conta que ele silenciosamente saía bem cedo de casa para a paróquia, e as portas desta inexplicavelmente se abriam "sozinhas" para recebê-lo; ali, então, passava horas a fio diante do Santíssimo Sacramento, a rezar por sua querida e santíssima Mãe Maria, a quem ele mais tarde se entregaria como escravo.

No caminho da escola e no retorno para casa, ele frequentemente recitava o Rosário. Costumava assistir à Santa Missa diariamente e acompanhava o viático sempre que o padre visitava um doente.

Assim que aprendeu a ler, os livros espirituais sobre a vida dos santos eram os seus escolhidos. Quando via um funeral, José acompanhava a procissão até o cemitério e rezava pela alma do falecido. Se alguém morria no vilarejo, ele ia pela vizinhança pedindo aos moradores para rezar pelo repouso eterno da alma. À noite, recomendava as almas dos moribundos e falecidos e oferecia orações a eles.

Cresceu tanto no amor de Deus que, automaticamente, ensinava o catecismo e orações para as crianças menos afortunadas que o rodeavam. Ele também compartilhava sua comida e pertences com os pobres e os necessitados. Aos poucos, todo o vilarejo tornou-se orgulhoso de tão preciosa jóia.

Movido pelo amor de Deus, José Vaz escolheu servi-Lo como padre. Ainda muito jovem, cultivou a verdadeira sabedoria, que consistia em santo temor e amor de Deus. Sua maior aspiração era fazer com que o Senhor Deus fosse conhecido e amado por todos os homens. Ele orava fervorosamente pela conversão das almas e queria que todos pertencessem à Igreja.

Considerado por todos como um jovem de vida inocente e costumes puros, nunca se viu nele qualquer falta de modéstia ou comportamento grosseiro, comum em muitos jovens. Desde a infância, José Vaz evitava linguagem indecente e não ousaria dizer nada repreensível. Quando enviado por seus pais à casa de parentes, por ocasião de casamentos e festas, se fosse obrigado a dormir na companhia de outros, ele retirava-se para um canto e acomodava-se debaixo de uma cadeira para evitar quaisquer inconveniências que poderiam resultar de dormir entre outros.

Conta-se que, certa vez, o jovem José Vaz notou que seus companheiros ficavam amedrontados e fugiam quando chegavam a um determinado ponto onde havia uma grande árvore. Diziam eles que o diabo estava aparecendo lá, em formas diferentes e temerosas, e que a árvore era sacudida violentamente. No local, o jovem José Vaz começou a orar a Deus de joelhos e com a disciplina, para fazer penitência. Então, as coisas espantosas e a agitação desapareceram e a árvore ficou calma.

José Vaz frequentou a escola primária em Sancoale, sua aldeia paterna. Diz-se ter sido um modelo de aluno: além de aluno brilhante, era atento em sala de aula, diligente nas lições, obediente ao professor e amado pelos companheiros. Quando cresceu, seu pai o enviou para uma escola em Benaulim, a aprender latim como preparação para seus estudos sacerdotais.

Sua estadia em Benaulim foi um momento de grande alegria, pois pôde exercer melhor seu amor pela oração, pelas boas obras e pelo Altar. Assistia à Santa Missa todos os dias, frequentando os Sacramentos e recitando o Rosário no caminho para a igreja. Gostava de acompanhar procissões e de participar na Via-sacra. Além de ser profundamente envolvido em todas essas práticas religiosas, José Vaz progrediu tão rapidamente nos estudos que o pai decidiu enviá-lo para a cidade de Goa, para seguir um curso de Retórica e Humanidades no Colégio Jesuíta de São Paulo.

Vaz passou seis anos em Goa, residindo no Colégio de Nossa Senhora do Rosário. Em seguida, entrou para a Academia de Santo Tomás de Aquino, dirigida pelos Dominicanos, para realizar seus estudos filosóficos e teológicos. Continuou seu caminho de vida austera, dedicando-se seriamente na preparação para o sacerdócio. Seu ardente desejo de fazer o bem aos outros, sem ser observado, aumentou com a aproximação de sua ordenação. Seu comportamento geral foi, provavelmente, uma reacção positiva contra as frivolidades da vida em Goa, no momento em que o clero também sentiu seus efeitos.

Em 1671, então com 20 anos de idade, José Vaz recebeu as ordens menores e o subdiaconato. Em 1674, em seu vigésimo terceiro ano, foi ordenado subdiácono, e em 1675 foi ordenado diácono, por Dom Custódio de Pinho de Verna, o Vigário Apostólico de Bijapur e Golconda.

Em 1676, foi ordenado sacerdote pelo então recém-nomeado Arcebispo de Hierápolis em Goa, Dom António Brandão. Este concedeu-lhe as faculdades para pregar e ouvir confissões. Antes, no entanto, que pudesse colocar esses carismas a serviço do povo de Deus, Vaz colocou sua vida, talentos e trabalho, nas mãos de Maria Santíssima, a quem se vendeu a si mesmo como um "escravo", pelo que é conhecido como sua "Carta de Escravidão", escrita sobre os joelhos aos pés da Mãe do Céu, na antiga igreja de Sancoale aos 8 de maio de 1677.

Depois de trabalhar durante quase dez anos na região do Kanara, no Sul da Índia, ele voltou para Goa e, lá, em 1686, fundou um Oratório de São Filipe Neri com um grupo de outros padres. Recebia aconselhamento e ajuda dos Oratorianos de Portugal. Apenas um ano depois, em 1687, sentiu-se chamado a deixar Goa e partir como missionário para a ilha de Ceilão, hoje Sri Lanka, onde sabia que os católicos estavam sendo perseguidos e onde não havia sacerdotes durante várias décadas.

Na ilha permaneceu por vinte e quatro anos, exercendo seu ministério sacerdotal heróico em circunstâncias muito restritivas. Foi rigorosamente perseguido e atormentado pelas autoridades opressivas holandesas, calvinistas, que queriam pôr fim aos seus esforços, solitários mas bem-sucedidos, na reconstrução da Igreja, mantendo vivo o catolicismo no Ceilão. Teve que viajar a todos os lugares, disfarçado e foi obrigado a celebrar os Sacramentos secretamente, à noite.

Padre Vaz decidiu fazer sua base no Reino de Kandy, no interior da ilha. Ao chegar lá, foi preso como espião e lançado na prisão. Foi libertado depois de rezar e obter o que foi considerado por todos como o “milagre da chuva”, que pôs fim a uma seca prolongada. Consta que choveu em toda parte, excepto sobre o Padre José Vaz e o altar que tinha construído para rezar por chuva. Depois disso, o rei budista de Kandy passou a lhe dar a sua protecção pessoal.

A Providência Divina veio em seu socorro também em outras ocasiões. Certa vez, alguns soldados holandeses que tentavam prendê-lo não conseguiram vê-lo, mesmo estando eles na mesma sala da residência onde o santo se encontrava pregando. Em outra ocasião, durante uma de suas viagens pelo interior da ilha, em meio à floresta, uma manada de elefantes ameaçou atacar sua comitiva. Ao aproximar-se do Padre Vaz, entretanto, um dos animais que vinha à frente se deteve e prostrou-se, sem lhe fazer mal algum. Logo os demais procederam do mesmo modo.

O apoio de Padre José Vaz à população local também se fez presente durante uma epidemia de varíola ocorrida em 1697. A caridade e a inteligência do padre permitiram a cura de muitos, pois, além das orações e do auxílio aos doentes, ainda ensinou as normas de higiene, à época e naquele local bastante precário, que ajudaram a conter o contágio.

Em 1696, vários padres do Oratório em Goa se juntaram a ele no Ceilão e uma missão católica foi devidamente estabelecida. À época, Padre Vaz recusou o cargo de Vigário Apostólico, preferindo permanecer como um simples padre missionário. Entre seus outros trabalhos pastorais, ele traduziu um catecismo e as orações para as línguas locais, o Singalese e o Tamil. As pessoas o chamavam de “Sammanasu Swam”: o "sacerdote angélico". Sempre foi muito zeloso com as almas, com os seus estudos e o seu trabalho.

Padre José Vaz morreu em odor de santidade, em 16 de Janeiro de 1711, no dia e na hora por ele preditos, aos sessenta anos. Recebeu a Extrema-Unção com membros de seu rebanho e, antes de falecer, aconselhou aqueles reunidos em torno dele em Sinhala: "Dificilmente você será capaz de fazer no momento da morte o que você não fez durante a sua vida".

À meia-noite, com uma vela na mão, ele morreu para este mundo pronunciando o santo Nome de Jesus com grande clareza e fervor.

O rei budista pediu que o corpo permanecesse no Estado por três dias. Milhares visitaram a igreja para prestar suas últimas homenagens ao grande Missionário que Goa deu à Igreja Universal. O paradeiro exacto de seus restos mortais é incerto. Ninguém sabe onde seu corpo foi enterrado. Talvez ele não quisesse ser localizado, tal foi a sua humildade.

A devoção do Padre Vaz ao apostolado pastoral fez dele um instrumento oportuno e eficaz da Providência Divina em um momento crítico na história missionária católica do Sudeste da Ásia. Durante sua vida, seus sucessos pastorais chamaram a atenção das autoridades da Igreja em Portugal e em Roma. Após a morte, o zelo exemplar que mostrou como missionário fez dele uma inspiração permanente para os padres missionários de sua adoptada ilha e de outras terras. Seu apostolado deixou um enorme legado: 70 mil católicos, 15 igrejas e 400 capelas.

Padre José Vaz foi beatificado no Sri Lanka, pelo Papa S. João Paulo II, a 21 de Junho de 1995, e canonizado pelo Papa Francisco a 14 Janeiro de 2015.

“O Padre José Vaz foi um grande sacerdote missionário, pertencente à linha interminável de anunciadores ardentes do Evangelho, missionários que, em todas as épocas, deixaram a sua própria terra para levar a luz da fé aos povos que não são deles”, afirmou São João Paulo II quando, em sua visita ao Sri Lanka, o reconheceu Bem-aventurado.

São José Vaz ficou conhecido como o Apóstolo de Ceilão. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 16 de Janeiro.

 

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