14:00 ÀS 15:00 hs. JESUS MORRE NA CRUZ.
Em
verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os
nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido
por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e
esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre
ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 4-5)
A
QUINTA PALAVRA
Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida, tem sede
de vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de
desfalecer... (Sal 142, 6-7)
Em
seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir
plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. (Jo 19,28)
O
VINAGRE
Na
Minha sede deram-me vinagre” (Sal 69, 22)
Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre
uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe
à boca. (Jo 19, 29)
A
SEXTA PALAVRA
“...
e por meio Dele o desígnio de DEUS há de triunfar”. (Is 53, 10)
Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. (Jo 19,
30)
RASGOU O VÉU DO TEMPLO
Cristo, Sumo-Sacerdote dos bens vindouros... Com seu próprio sangue,
entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma
redenção eterna. (Heb 9, 11-12)
O
véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes. (Mc
15, 38)
A
SÉTIMA PALAVRA DE JESUS NA CRUZ
Mas
eu, confiado na vossa justiça, contemplarei a vossa face; ao
despertar, saciar-me-ei com a visão de vosso ser. (Sal 16, 15)
“Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego
o meu espírito.” (Lc 23, 46)
A
MORTE DE JESUS
...Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos
injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua
carne.. (1 Ped 3, 18)
Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma. (Mt 27, 50)
“Nisto conhecemos o amor: ELE deu a sua vida por nós.” (1 Jo 3, 16)
“Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.” (Jo 19, 30)
Pai
Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...
Pela
sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.
Meu
Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.
(Silêncio profundo...)
Segundo
as Visões
de Ana Catarina Emmerich
Quinta, Sexta e Sétima palavras de Jesus na cruz. Morte de Jesus.
Quando
a luz voltou, surgiu o corpo de Nosso Senhor, pálido, extenuado,
como que inteiramente desfalecido, mais branco do que antes, por
causa da grande perda de sangue. Jesus disse ainda, não sei se o
percebi só interiormente ou se Ele o disse a meia voz: “Sou
espremido como as uvas, que foram pisadas aqui pela primeira vez;
devo dar todo o meu sangue, até sair água e o bagaço ficar branco;
mas não se fará mais vinho neste lugar”.
Mais
tarde vi, numa visão a respeito dessas palavras, que foi nesse lugar
que Jafé pela primeira vez pisou as uvas, para fazer vinho, como hei
de contar mais tarde.
Jesus
consumia-se de sede e disse com a língua seca: “Tenho sede”. E
como os amigos o olhassem com tristeza, disse-lhes: “Não me
podíeis dar um gole de água?” Queria dizer que durante a
escuridão ninguém os teria impedido. João, muito incomodado,
respondeu: “Senhor, esquecemo-lo mesmo”. Jesus disse ainda
algumas palavras, cujo sentido era: “Também os amigos mais
íntimos deviam esquecer-se e não me dar a beber, para que se
cumprisse a Escritura”. Mas esse esquecimento Lhe doeu
amargamente.
Ofereceram então dinheiro aos soldados, para Lhe dar um pouco de
água; eles recusaram, mas um deles tomou uma esponja em forma de
pêra, embebedou-a em vinagre, que havia lá num pequeno barril de
casca de árvore e ainda lhe misturou fel. Mas o centurião Abenadar,
compadecido de Jesus, tomou a esponja do soldado, espremeu-a e
embebeu-a de vinagre puro. Ajustou depois um lado da esponja num
pedaço curto de uma haste de hissope, que servia de boquilha para
chupar, fincou-o na ponta da lança e levantou-a à altura do rosto de
Jesus, aproximando-Lhe dos lábios a esponja.
Nosso
Senhor ainda disse: “Quando minha voz não se fizer mais ouvir,
falará a boca dos mortos”; ao que alguns gritaram: “Ainda
continua blasfemando”. Abenadar, porém, os mandou calar.
Tendo
chegado a hora da agonia, Nosso Senhor lutou com a morte e um suor
frio cobriu-lhe os membros. João estava sob a cruz e enxugou-Lhe os
pés com o sudário. Madalena, esmagada pela dor, encostava-se à cruz
no lado de trás. A Santíssima Virgem estava entre a cruz do bom
ladrão e a de Jesus, amparada pelos braços de Maria de Cléofas e
Salomé, olhando para o Filho, que lutava com a morte. Então disse
Jesus: “Tudo está consumado!” e, levantado a cabeça, exclamou
em alta voz: “Meu Pai, Em vossas mãos entrego o meu espírito”. Foi
um grito doce e forte, que penetrou o Céu e a terra; depois inclinou
a cabeça e expirou. Vi a alma de Jesus, em forma luminosa,
entrar na terra, ao pé da cruz e descer ao Limbo. João e as santas
mulheres prostraram-se com a face na terra.
O
centurião Abenadar, árabe de nascimento, depois, como discípulo,
baptizado com o nome de Ctesifon, desde que oferecera o vinagre a
Jesus, ficara a cavalo junto à elevação onde estavam erigidas as
cruzes, de modo que o cavalo tinha as patas dianteiras mais no alto.
Profundamente abalado, entregue a séries reflexões, contemplava
incessantemente o semblante de Nosso Senhor, coroado de espinhos.
O
cavalo baixara assustado a cabeça e Abenadar, cujo orgulho estava
domado, não puxava mais as rédeas. Nesse momento pronunciou o Senhor
as últimas palavras, em voz alta e forte e morreu dando um grito,
que penetrou o Céu, a terra e o inferno. A terra tremeu e o
rochedo fendeu-se, deixando uma larga abertura entre a cruz do
Senhor e a do ladrão à esquerda. O testemunho que Deus deu de
seu Filho, abalou com susto e terror a natureza enlutada. Estava
consumado!
A alma
de Nosso Senhor separou-se do corpo e ao grito de morte do Redentor
moribundo estremeceram todos que O ouviram, junto com a terra que,
tremendo, reconheceu o Salvador; os corações amigos, porém, foram
transpassados pela espada da dor. Foi então que a graça desceu à
alma de Abenadar; estremeceu emocionado, cederam-lhe as paixões e o
coração orgulhoso e duro, fendeu-se-lhe como o rochedo do Calvário.
Lançou longe de si a lança, bateu no peito com força e exclamou
alto, com a voz de um homem novo: “Louvado seja Deus,
Todo-poderoso, o Deus de Abraão e Jacó! Este era um homem justo; em
verdade, Ele é o Filho de Deus!” E muitos dos soldados, tocados pela
palavra do centurião, fizeram o mesmo.
Abenadar, tornado novo homem, salvo pela graça e tendo rendido
publicamente homenagem ao Filho de Deus, não
quis ficar mais tempo a serviço dos inimigos de Cristo, Dirigiu-se a
cavalo ao oficial subalterno, Cássio, também chamado Longinus,
apeou-se, apanhou a lança e entregou-lha; disse algumas palavras aos
soldados e a Cássio, que então montou a cavalo e tomou o comando.
Abendar desceu do Calvário e, atravessando a vele de Gihon,
dirigiu-se às cavernas do vale de Hinom, onde estavam escondidos os
discípulos; anunciou-lhes a morte do Senhor e voltou de lá à cidade,
ao palácio de Pilatos.
Grande espanto apoderou-se dos assistentes, ante o grito de morte de
Jesus, quando a terra tremeu e o rochedo do Calvário se fendeu. –
Esse terror fez-se sentir em toda a natureza; pois rasgou-se o véu
do Templo, muitos mortos saíram das sepulturas, desabaram algumas
paredes do Templo, ruíram muitos edifícios e desmoronaram montes em
muitas regiões da terra.
Abenadar deu testemunho em alta voz, muitos soldados testemunharam
com ele, grande parte do povo presente e também alguns dos fariseus,
chegados no fim, se converteram. Muitos bateram no peito e, descendo
do monte, voltaram chorando pelo vale para casa; outros rasgaram as
vestes e lançaram pó sobre a cabeça. Todo o mundo estava cheio de
medo e terror.
João
levantou-se e algumas das santas mulheres, que até então tinham
ficado afastadas, aproximaram-se da cruz; levantaram a Mãe de Jesus
e as amigas, conduziram-nas a alguma distância da cruz, para as
confortar.
Quando Jesus, cheio de amor, Senhor de toda vida, pagou pelos
pecadores a dolorosa dívida da morte;
quando entregou, como homem, a alma a Deus seu Pai e abandonou o
corpo, tomou esse santo vaso esmagado a fria e pálida cor da morte;
o corpo tremeu-Lhe convulsivamente nas últimas dores e tornou-se
lívido e os vestígios do sangue derramado das chagas ficaram mais
escuros e distintos. O rosto alongou-se, as faces encolheram-se, o
nariz ficou mais delgado e pontiagudo, o queixo caiu, os olhos,
cheios de sangue e fechados, abriram-se, meio envidraçados.
O
Senhor levantou pela última vez e por poucos momentos a cabeça,
coroada de espinhos e deixou-a depois cair sobre o peito, sob o peso
dos sofrimentos. Os lábios lívidos e contraídos entreabriram-se,
deixando ver a língua ensanguentada. As mãos, antes fechadas sobre a
cabeça dos cravos, abriram-se; estenderam-se os braços, as costas
entesaram-se ao longo da cruz e todo o peso do santo corpo desceu
sobre os pés. Os joelhos curvaram-se, tornando para um lado e os pés
viraram-se um pouco em redor do prego que os trespassara.
Então
se entesaram as mãos da Mãe Dolorosa, a vista escureceu-se-lhe,
palidez de morte cobriu-lhe o rosto, os ouvidos deixaram de escutar,
os pés vacilaram e ela caiu por terra; também Madalena, João e os
outros se prostraram, com a cabeça velada, entregues à dor.
Quando
ergueram a mais amorosa, a mais desolada das mães, dirigindo os
olhos à cruz, ela viu o corpo do Filho adorado, concebido na
virgindade, por obra e graça do Espírito Santo, carne de sua carne,
osso de seus ossos, coração de seu coração, vaso sagrado formado no
seu seio pela virtude divina, agora privado de toda a beleza e
formosura, separado da alma Santíssima, entregue às leis da natureza
que Ele próprio criara e de que os homens tinham abusado pelo
pecado, desfigurando-a; viu o corpo do Filho Unigénito esmagado,
maltratado, desfigurado, morto pelas mãos daqueles que viera salvar
e vivificar.
Ai! O
vaso de toda beleza e verdade, de todo amor, pendia da cruz, entre
dois assassinos, vazio, rejeitado, desprezado, insultado, semelhante
a um leproso. Quem pode compreender toda a dor da Mãe de Jesus,
rainha de todos os mártires?
A luz
do sol ainda era sombria e nebulosa. O tremor de terra foi
acompanhado de calor sufocante; mas seguiu-se-lhe depois um frio
sensível. O corpo de Nosso Senhor morto, na cruz, causava um
sentimento de respeito e estranha comoção. Os ladrões pendiam em
horríveis contorções, como embriagados, ambos estavam no fim
calados; Dimas rezava.
Era
pouco depois de três horas, quando Jesus expirou. Passando
o primeiro terror causado pelo tremor de terra, alguns dos fariseus
recobraram a anterior arrogância. Aproximando-se da fenda no rochedo
do Calvário, jogaram-lhe pedras e atando várias cordas, amarraram
uma pedra fizeram-na entrar na fenda, para medir-lhe a profundidade;
quando, porém, não tocaram no fundo, tornaram-se mais pensativos.
Também se sentiam inquietos com os lamentos do povo, que batia no
peito; e por isso, montando a cavalo, retiraram-se; alguns se
sentiam mudados interiormente.
O povo
também se retirou em pouco tempo, indo pelo vale para a cidade,
cheio de medo e terror. Muitos se tinham convertido. Uma parte dos
50 soldados romanos foi reforçar a guarda da porta, até a chegada
dos 500, requeridos por Pilatos. A porta tinha sido fechada; alguns
soldados ocuparam outros pontos da vizinhança, para impedir
ajuntamento e tumulto. Cássio (Longino) e cerca de cinco soldados
ficaram no lugar do suplício. Os parentes de Jesus estavam em
redor da cruz ou sentados em frente, chorando. Algumas santas
mulheres tinham voltado à cidade. Silêncio e tristeza reinavam em
volta do lenho sagrado. De longe, no vale e nas alturas
afastadas, se via de vez em quando um ou outro dos discípulos,
olhando com curiosidade e receio para a cruz, mas retirando-se
timidamente, ao aproximar-se alguém. |